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COMUNICAÇÃO


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Liberdade de imprensa, marco civil da internet, comunicação pública e democratização da mídia

Governos do PT promoveram avanços que transformaram a comunicação no Brasil

Nos governos de Lula e Dilma, o Brasil deu passos importantes numa área central para qualquer sociedade democrática: a comunicação. Nos governos progressistas, a imprensa teve liberdade para investigar qualquer assunto, sem censura ou pressão por parte do governo.

O acesso ampliado à internet proporcionou um poderoso antídoto ao pensamento único: à diversidade de informação e opinião. Além de mais acesso, os brasileiros conquistaram também o direito a uma internet livre e democrática, graças à implantação, em 2014, do Marco Civil da Internet, elaborado com participação da sociedade civil e especialistas da área, que se destacou como referência no mundo inteiro ao assegurar a liberdade de expressão, a privacidade e o tratamento igualitário a todos os usuários, independentemente de seu poder financeiro.

Não existe uma única imprensa – existem muitas, e com características e necessidades diferentes. A comunicação de governo deve atender a todas as imprensas, sem privilegiar qualquer uma delas, seja um grande jornal diário ou uma rádio do interior. Outra novidade foi a implantação de critérios técnicos para a distribuição da publicidade oficial – ou seja, a despesa de publicidade do governo nos jornais, rádios e TVs passou a ser proporcional à sua audiência ou circulação, evitando a subjetividade, o favorecimento ou a perseguição.

O Brasil avançou também com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), destinada a estruturar e promover a comunicação pública no país.

A 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009, foi um marco histórico nas políticas de comunicação do Brasil, reunindo, pela primeira vez, representantes dos poderes Executivo e Legislativo, empresários, trabalhadores e outros representantes da sociedade civil para debater propostas de políticas públicas de comunicação para o Brasil. O processo mobilizou em torno de 30 mil pessoas, e gerou um documento de resoluções com mais de 600 recomendações.

A partir dela, a sociedade passou a discutir temas até então considerados tabus, como a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos grupos, o que fere o artigo 220, parágrafo 5°, da Constituição Federal: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”.

Caminhamos bastante, mas ainda havia uma longa jornada em direção à democratização dos meios de comunicação. Com o golpe de 2016, não somente essa caminhada foi interrompida, como o país deu vários passos para trás.

A histórica 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em 2009. | Foto: Divulgação

A histórica 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em 2009. | Foto: Divulgação

Aspas PALAVRA DO LULA

A liberdade de imprensa é essencial para a democracia

“Esta Conferência realiza-se sob o signo da liberdade de imprensa. Tenho o orgulho de dizer que a imprensa no Brasil é livre. Ela apura e deixa de apurar o que quer. Publica e deixa de publicar o que deseja. Opina e deixa de opinar sobre o que bem entende. Meu compromisso com a liberdade de imprensa é sagrado, ela é essencial para a democracia. O Estado democrático só existe, se consolida e se fortalece com uma imprensa livre.”

Presidente Lula

Aspas PALAVRA Da Dilma

Por uma sociedade com cidadãos que tenham opiniões próprias – e as expressem

“O Brasil deu um grande passo, no processo pelo qual nós incluímos e garantimos renda a uma parte da nossa população. Tão importante quanto a renda é o acesso à internet. Tão importante quanto a renda é a garantia de uma sociedade com cidadãos que tenham opiniões próprias – e as expressem. Daí, para nós, o valor inestimável da internet.”

Presidenta Dilma

Comunicação Pública


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EBC foi criada para expressar riqueza cultural e diversidade do Brasil

Empresa provou que é possível fazer comunicação pública com independência e qualidade

Em 2007, quase 20 anos após a promulgação da Constituição, a história da comunicação pública no Brasil ganhou um novo capítulo: foi aprovada pelo Congresso Nacional a Medida Provisória que criou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a partir da fusão da Radiobrás com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (ACERP).

Segundo a Constituição Federal de 1988, a concessão dos serviços de comunicação – radiodifusão sonora e de sons e imagens – é competência do poder Executivo, que deve considerar a complementaridade entre os sistemas privado, estatal e público. Nos governos de Lula e Dilma, o setor privado teve liberdade para atuar, sem censura ou cerceamento da liberdade de expressão. Além disso, passou a contar com um critério justo na distribuição das verbas da publicidade oficial, proporcional à audiência ou circulação de cada meio de comunicação.

A comunicação estatal, por sua vez, contava com uma estrutura mínima no âmbito federal, herdada de instituições anteriores, desde a Agência Nacional, criada na década de 1930 pelo presidente Getúlio Vargas.

A comunicação pública contava, essencialmente, com a estrutura de algumas fundações estaduais que mantiveram sua programação cultural ao longo dos anos, como a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV e Rádio Cultura, instituída em 1967 pelo governo de São Paulo, e o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), criado em 1969 e que, nesse período, sustentou o funcionamento da Rádio Educadora e da TV Educativa da Bahia (TVE Bahia).

Inspirada na rede pública britânica BBC, uma das mais respeitadas do mundo, a criação da EBC veio para modificar esse quadro e mostrar que uma comunicação pública com independência e qualidade é possível. A EBC engloba a TV Brasil, a Agência Brasil, a Radioagência Nacional, emissoras de rádio no Rio de Janeiro, Brasília, Amazônia e Alto Solimões.

Presidente Lula durante a solenidade de lançamento da TV Brasil Internacional, em 2010. | Foto: Ricardo Stuckert

Presidente Lula durante a solenidade de lançamento da TV Brasil Internacional, em 2010. | Foto: Ricardo Stuckert

Sociedade civil com voz ativa na comunicação pública

Conselho garantiu pluralidade de opiniões e diversidade regional

Nos governos Lula e Dilma, a EBC contava com um Conselho Curador, responsável por assegurar o cumprimento de sua missão. O conselho possuía representantes da sociedade civil, do governo federal, dos trabalhadores da empresa e do Congresso Nacional.

O órgão tinha como premissa garantir a pluralidade de opiniões, formações e experiências profissionais, origens regionais e inclinações políticas no cotidiano da EBC. O Conselho era formado por 22 membros, sendo 15 representantes da sociedade civil. Quatro ministros do governo federal participavam do conselho: os titulares da Cultura, da Educação, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Os trabalhadores da empresa contavam com um representante, assim como o Senado e a Câmara dos Deputados.

Após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, o Conselho Curador foi extinto por meio da Medida Provisória 744, acabando com o caráter de empresa de comunicação pública da EBC e ferindo os princípios constitucionais que estabelecem a comunicação pública como um direito.

Reunião do Conselho Curador da EBC: participação da sociedade civil buscou assegurar caráter público da empresa. | Foto: EBC / Divulgação

Reunião do Conselho Curador da EBC: participação da sociedade civil buscou assegurar caráter público da empresa. | Foto: EBC / Divulgação

Uma programação com a cara do Brasil

EBC inovou com quadros inéditos e séries independentes

A programação da EBC refletia a riqueza e a diversidade cultural da sociedade brasileira. Programas como Samba na Gamboa, apresentado pelo músico Diogo Nogueira, e Arte do Artista, pelo dramaturgo Aderbal Freire Filho, mostravam a diversidade cultural de nosso país.

O desenho Igarapé Mágico, produção nacional exibida diariamente, levava a Amazônia para as crianças brasileiras. Em 2013, a EBC levou ao público brasileiro, por meio da TV Brasil, da Rádio Nacional e do Portal da EBC, as emoções da Série C do Campeonato Brasileiro. No noticiário, a EBC inovou ao criar o primeiro quadro participativo da TV brasileira, o Outro Olhar. Já a série independente Nova África mostrou o cotidiano de um continente do qual descendem mais da metade dos brasileiros.

As mulheres bideiras da Guiné-Bissau foram destaque no programa Nova África. | Foto: Conceição Oliveira

As mulheres bideiras da Guiné-Bissau foram destaque no programa Nova África. | Foto: Conceição Oliveira

Mais Democracia


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Combate à concentração dos meios

Conferência inédita tratou a comunicação pública como um direito

Em 2009, o governo Lula realizou a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), um evento histórico que teve 1.800 participantes na etapa nacional e 8.656 nas etapas estaduais e resultou em 633 propostas aprovadas. Até a presente data essa foi a única Conferência Nacional de Comunicação realizada no país.

As principais propostas aprovadas foram:

  • Criação de um Conselho Nacional de Comunicação, com caráter de formulação e acompanhamento de políticas públicas;
  • Combate à concentração no setor, com a determinação de limites à propriedade horizontal, vertical e cruzada;
  • Fortalecimento do financiamento do sistema público de comunicação, inclusive por meio de cobrança de contribuição sobre o faturamento comercial das emissoras privadas;
  • Descriminalização da radiodifusão comunitária e a abertura de mais espaço para esse tipo de serviço, hoje confinado a percentuais ínfimos do espectro disponível;
  • Definição de regras mais democráticas e transparentes para concessões e renovações de outorgas de rádio e TV, visando à ampliação da pluralidade e diversidade de conteúdo.

Mais de 1.800 pessoas participaram da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), a única realizada no país. | Foto: Divulgação

Mais de 1.800 pessoas participaram da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), a única realizada no país. | Foto: Divulgação

Marco Civil: liberdade, privacidade e neutralidade da Internet

Projeto foi utilizado pela ONU como referência mundial

Outro passo importante para a democratização das comunicações no Brasil foi a aprovação do projeto de Marco Civil da Internet, criado e sancionado, respectivamente, pelos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, com intensa participação da sociedade civil e do Congresso Nacional.

O Marco Civil da Internet contou com um processo inédito de consulta pública para sua elaboração e aprimoramento. Por meio da internet – e também presencialmente – o Ministério da Justiça ouviu os interessados na garantia do direito à informação por meio da rede mundial de computadores. O resultado foi um projeto ousado e único no mundo, utilizado pela ONU como referência para o debate sobre regulamentação da internet em termos mundiais.

Os principais pontos do projeto abordaram conceitos de liberdade de expressão, respeito à privacidade e de neutralidade da rede – ou seja, o provedor não pode cobrar mais caro por determinado serviço ou tráfego de informação e nem bloquear a entrega de determinado tipo de conteúdo.

Dilma sancionou o Marco Civil durante o NETMundial, evento que lançou novas bases para a governança mundial da internet. | Foto: Roberto Stuckert Filho / PR

Dilma sancionou o Marco Civil durante o NETMundial, evento que lançou novas bases para a governança mundial da internet. | Foto: Roberto Stuckert Filho / PR

Com Lula e Dilma, banda larga fixa chegou a todas as cidades brasileiras


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Internet para todos

Banda larga como direito fundamental ajudou também a conectar escolas

Um dos avanços mais importantes da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) foi a definição do acesso à internet banda larga como direito fundamental dos cidadãos, além do estabelecimento desse serviço em regime público, como forma de garantir sua universalização, continuidade e controle de preços. Dessa proposta nasceu o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), coordenado pelo Ministério das Comunicações.

A Telecomunicações Brasileiras S.A (Telebras), empresa vinculada ao Ministério das Comunicações, quase foi extinta durante o processo de privatizações do governo FHC. Com Lula e Dilma, a empresa voltou a desempenhar papel central na estruturação das comunicações no país, especialmente no campo da internet e no desenvolvimento do 1º satélite brasileiro.

O acesso à internet em banda larga significa também mais educação. Implementado em 2008, o Plano de Banda Larga nas Escolas (PBLE) surgiu com o objetivo de levar internet gratuita e inclusão digital a alunos da rede de ensino público, municipal, estadual e federal. Até 2015, o programa ajudou a conectar 63.497 mil escolas em todo o país, segundo a Anatel.

Cabo submarino estatal para garantir Internet mais barata

Investimento do Ministério da Ciência e Tecnologia foi de € 183,9 milhões

Para garantir uma internet mais segura, com maior velocidade e menor custo, o governo Dilma iniciou o desenvolvimento do projeto do primeiro cabo submarino estatal destinado à conexão de dados entre o Brasil e a Europa. Até então, o único cabo desse tipo que não passava pelos Estados Unidos – O Atlantis-2 – tinha capacidade limitada e vinha sendo usado apenas para telefonia. Além disso, todos pertenciam à iniciativa privada.

O cabo acabou sendo inaugurado em junho de 2021, por uma empresa privada. Sem receber recursos do governo Bolsonaro, a Telebras abandonou o projeto em 2020. Isso depois de o Ministério da Ciência e Tecnologia ter investido 183,9 milhões de euros.

Satélite brasileiro como passo estratégico para soberania nacional

Construção do satélite teve investimento total de R$ 2,8 bilhões

A Telebras é também responsável pela construção, em parceria com a Embraer, do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O programa SGDC envolve a Telebras e a Visiona Tecnologia Espacial, uma joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança, voltada para a integração de sistemas espaciais. A Visiona foi criada no governo Dilma, em 2012, para atender os objetivos do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) e do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).

Foram investidos R$ 2,8 bilhões na construção do satélite brasileiro. A construção de um satélite brasileiro para comunicações civis e militares representou um passo estratégico para a garantia da soberania nacional. O Brasil contava somente com equipamentos controlados por estações fora do país ou controladas por empresas de capital estrangeiro.

O satélite brasileiro contribui para a oferta de internet banda larga a municípios que não contam com rede terrestre de fibra óptica instalada, ou cujas condições de acesso sejam difíceis.

O SGDC garante a inclusão digital e social da população brasileira pois possibilita o fornecimento de internet de alta velocidade em locais onde as empresas de telecomunicações não possuem interesse comercial para operar, viabilizando a conexão de equipamentos públicos, comunidades originárias indígenas, ribeirinhas, quilombolas e caiçaras que até recentemente não contavam com esse acesso.

O satélite brasileiro foi lançado em 4 de maio de 2017 no foguete Ariane V, de um centro espacial na Guiana Francesa.

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) contribui para a oferta de internet banda larga de alta velocidade. | Foto: Força Aérea Brasileira (FAB)

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) contribui para a oferta de internet banda larga de alta velocidade. | Foto: Força Aérea Brasileira (FAB)

Rede de fibra óptica teve expansão acelerada

Brasil chegou a 140 milhões de acessos à internet via banda larga

Os governos Lula e Dilma promoveram a expansão acelerada da rede de fibra óptica da Telebras, valendo-se da estrutura própria da empresa e de parcerias com estatais (Eletrobras, Eletronorte, Chesf, Petrobras), estados, municípios e iniciativa privada.

Segundo a Telebras, no final de 2013 a rede de fibras ópticas da empresa chegou a 16,7 mil km. E, no primeiro bimestre de 2014, a rede em operação ultrapassou os 18,2 mil km. Outros 10,5 mil km encontravam-se em processo de implantação, o que elevará o total para 28,7 mil km de infraestrutura óptica em operação, interligando todas as regiões do país – de Leste a Oeste, de Norte a Sul.

Diante da nova realidade gerada sobretudo pelo PNBL, o Brasil chegou em fevereiro de 2014 aos 140 milhões de acessos à internet via banda larga, de acordo com dados divulgados pelo setor privado.

Publicidade oficial


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Fortalecimento da mídia regional garantiu mais acesso à informação

Verba publicitária federal chegou a mais veículos e mais municípios

O governo Lula implantou o conceito de mídia técnica, para definir o montante de verbas publicitárias ao qual cada veículo de comunicação tinha direito.

Esses anúncios representam grande parte da publicidade de qualquer veículo de comunicação – mesmo os de grande porte. São recursos necessários, por exemplo, para divulgar as campanhas de vacinação, o período de matrículas para o Enem, o acesso à moradia por meio do Minha Casa, Minha Vida, além de diversos outros serviços que contribuem para que o cidadão usufrua plenamente de seus direitos.

Antes de Lula e Dilma, os pequenos veículos raramente recebiam anúncios do governo, embora possuíssem todas as condições para levar à população informações de interesse público. Na maioria das cidades do interior e mesmo em diversas capitais, são justamente esses veículos que garantem ao cidadão o acesso às informações mais importantes para o seu dia-dia. Portanto, para falar com a maioria do público brasileiro, é não só importante, como necessário, anunciar nesses veículos.

Com a mídia técnica, a verba publicitária passou a ser proporcional à circulação ou audiência do veículo. Se uma emissora de televisão tem 20% de audiência em média, ela deve ter 20% da verba publicitária do governo federal para TV.

O resultado é que, ao longo dos governos do PT, a verba publicitária federal chegou a mais veículos e mais municípios. E, com isso, mais pessoas tiveram garantido o seu direito à informação pública. Os resultados são expressivos. Com Lula e Dilma, o número de veículos de comunicação aptos a receberem publicidade do governo federal saltou de 499 em 2003 para 11.514 em 2015, sendo 3.134 rádios, 2.817 jornais impressos, 1.810 plataformas de internet, 1.728 revistas impressas e 852 emissoras de TV, segundo dados da Secretaria de Comunicação.

A mídia técnica e a regionalização da publicidade permitiram tanto a democratização das verbas publicitárias, quanto o acesso dos cidadãos a informações fundamentais para o seu dia-dia.

Com a valorização e fortalecimento da mídia regional nos governos Lula e Dilma, o acesso à informação foi democratizado. | Foto: Ricardo Stuckert

Com a valorização e fortalecimento da mídia regional nos governos Lula e Dilma, o acesso à informação foi democratizado. | Foto: Ricardo Stuckert

Todas as mídias


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A vez da imprensa regional

Lula e Dilma inovaram com iniciativas como o Blog do Planalto e Portal Brasil

Assim como a aplicação dos recursos para publicidade do governo federal foi regionalizada, o atendimento à imprensa ganhou o mesmo recorte. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) passou a atender diretamente os veículos regionais.

Foi o caso do Café com o Presidente e o Café com a Presidenta – e da coluna semanal em que os presidentes Lula e a presidenta Dilma, respondiam diretamente a perguntas dos leitores de jornais regionais. A Secom passou também a organizar entrevistas com rádios locais em todas as viagens de Lula e Dilma aos estados.

Os governos de Lula e Dilma também inovaram na utilização da mídia digital, com a criação do Blog do Planalto e do Portal Brasil, além dos perfis institucionais da Presidência da República em mídias sociais, como Twitter e Facebook. A relação com os comunicadores desse campo também foi iniciada nesse período. Em um acontecimento histórico, Lula concedeu a primeira entrevista coletiva a blogueiros independentes, no Palácio do Planalto.

O Brasil na mídia internacional

País conseguiu mostrar seu protagonismo político e econômico ao mundo

Os governos do PT criaram uma assessoria especial para cuidar da imprensa estrangeira. Com isso, o Brasil conseguiu mostrar de forma mais eficiente para a mídia internacional os avanços e desafios de um país que se tornou protagonista no cenário político e econômico mundial.

A Secom organizou coletivas internacionais com vários ministros de Estado. Em parceria com a Embratur, organizou também diversas press trips (viagens guiadas para jornalistas).

Presidente Lula e a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante cerimônia de lançamento do Portal Brasil, em 2009. | Foto: Ricardo Stuckert

Presidente Lula e a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante cerimônia de lançamento do Portal Brasil, em 2009. | Foto: Ricardo Stuckert

Desmonte


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Golpe interrompeu processo de democratização da mídia e trouxe violações ao direito à informação, censura a jornalistas e ataques à EBC

Liberdade de expressão, do exercício da cidadania e da diversidade cultural e regional estão sob ameaças

A Comunicação Pública brasileira passou a sofrer ataques desde o golpe parlamentar de 2016, que se aprofundaram com a eleição de Bolsonaro. O Brasil regrediu às práticas da época da ditadura militar, com censura a jornalistas, ataques à imprensa, cerceamento artístico e cultural, além do desrespeito a jornalistas e radialistas no exercício de suas funções.

Logo no primeiro ano de mandato de Bolsonaro, em 2019, as emissoras da TV Brasil de São Paulo e do Maranhão deixaram de produzir conteúdo, e passaram a ser apenas retransmissoras. A produção passou a ser centralizada nas emissoras do Rio de Janeiro e de Brasília, sob controle próximo do governo.

A criação da Tv Brasil.org, resultado da fusão da TV Brasil (comunicação pública) com a NBr (comunicação estatal), representou o fim da geração de conteúdo pela EBC e o início da comunicação institucional. Assim, o Governo passou a determinar o que é transmitido e quem produz os conteúdos. É o desmonte da Comunicação Pública, que tem como preceitos a defesa da liberdade de expressão, do exercício da cidadania e da diversidade cultural e regional. O próximo golpe é a privatização da EBC, cuja intenção foi anunciada pelo Ministério das Comunicações.

Com Bolsonaro eleito, os ataques à empresa se intensificaram, numa estratégia de difamar para privatizar. Em abril de 2021, a EBC foi incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND), por meio de decreto. Por ferir preceito da carta magna em sua natureza pública, muitos segmentos protestaram, denunciando a inconstitucionalidade da medida.

Em março de 2020, o Governo Bolsonaro foi denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH/OEA), por violações ao direito à informação na pandemia. Ainda era o início da pandemia de covid-19, e o chefe do Poder Executivo já se empenhava para aumentar a disseminação do vírus, com o famoso pronunciamento em rádio e TV, quando chamou a pandemia de “gripezinha ou resfriadinho”, usando a comunicação institucional contra a saúde pública.

Exemplo de comunicação pública e de qualidade no Brasil, após o golpe a EBC passou a sofrer ataques e ameaças de privatização. | Foto: Arquivo Agência Brasil

Exemplo de comunicação pública e de qualidade no Brasil, após o golpe a EBC passou a sofrer ataques e ameaças de privatização. | Foto: Arquivo Agência Brasil

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) foi criada para fazer propaganda do governo federal?

A Constituição Federal prevê, em seu artigo 223, a existência dos sistemas público, privado e estatal de comunicação, que funcionem de modo complementar. A criação da EBC em 2008 respondeu, portanto, a uma determinação da Constituição do Brasil. Com a TV NBR, foi possível levar à população as informações sobre os atos do Estado brasileiro. Já com os veículos da EBC (a Agência Brasil, a TV Brasil, as rádios da EBC, o Portal da EBC, a Radioagência Nacional e a TV Brasil Internacional) foi possível realizar uma comunicação pública de qualidade, voltada aos interesses e olhares da sociedade.

Os governos dos presidentes Lula e Dilma criaram regras para controlar a comunicação no Brasil?

De modo algum. A comunicação é uma área essencial para a democracia e, assim como as demais áreas importantes de nossa sociedade, demanda regras que tornem seu funcionamento mais harmônico, democrático e positivo para a população. Assim, é importante que a comunicação conte com normas que promovam seu desenvolvimento, e que correspondam às expectativas da sociedade em relação ao setor. Por isso, os governos da presidenta Dilma e do presidente Lula buscaram estimular a participação da sociedade nas definições dessa área. Foi com esse intuito, por exemplo, que o governo federal promoveu em 2009 a Confecom, que contou com a participação dos mais diversos segmentos sociais, inclusive os empresários do setor de comunicação, com destaque para os grandes grupos. Esse foi o espírito que marcou também a construção de legislações como a Lei de Acesso à Informação, em 2011, e o Marco Civil da Internet, em 2014. São normas que buscam ampliar a participação do cidadão na sociedade.

Por que o presidente Lula reativou a Telebras: para garantir o controle de mais uma estatal e cargos para seus correligionários?

Na realidade, a Telebras não foi extinta após a privatização de seus principais ativos pelo governo FHC porque boa parte de seus funcionários foi aproveitada, pelo próprio governo tucano, em órgãos como a Anatel e o ministério das Comunicações. Assim, a reativação da Telebras no segundo mandato do presidente Lula trouxe finalidade para a empresa, em lugar de ela só representar um passivo sem utilidade para os brasileiros e brasileiras. Desde sua reativação em 2010, a Telebras promoveu parcerias com inúmeros agentes econômicos, que vão das estatais aos pequenos municípios, dos governos estaduais aos pequenos provedores de internet, passando ainda pelas gigantes do setor, como a TIM e a OI. O quadro da empresa foi reconstruído por meio de profissionais concursados. E tudo isso permitiu à Telebras reconstruir, gradativamente, seu papel estruturante nas comunicações do país, sobretudo na internet banda larga.

O Programa Nacional de Banda Larga não deixou a desejar?

Desde sua instituição, em maio de 2014, o PNBL já criou um novo cenário no setor das telecomunicações brasileiras, fortalecendo a infraestrutura de fibra óptica tanto nas grandes redes de transmissão quanto de distribuição (os chamados backbone e backhaul), bem como promovendo um maior acesso à internet banda larga em equipamentos públicos, estimulando a concorrência e o surgimento de novos players – de pequenos provedores a médias e grandes empresas. Em termos populares, podemos dizer resumidamente que o PNBL e a reativação da Telebras fizeram o setor se mexer. Além disso, os acessos móveis à banda larga cresceram de forma exponencial. Ao final de fevereiro de 2014, existiam cerca de 140 milhões de conexões à internet rápida no Brasil, sendo 118 milhões de acessos móveis e outros 22 milhões por meio de conexões do tipo fixa. A rede 3G já chegava a cerca de 3,5 municípios, e a rede 4G a quase uma centena de cidades. Para que os resultados atendam ainda mais aos anseios dos brasileiros e brasileiras, ainda cabe ampliar a velocidade e qualidade do serviço, bem como garantir que os planos de preço menor sejam realmente oferecidos (e não escondidos) pelas empresas – e que a qualidade do serviço seja igual para todos os usuários. Além disso, para construir a verdadeira Internet 2.0 do Brasil, caberá aos próximos governos consolidar o papel da Telebras nesse processo – tanto no atendimento dos entes governamentais quanto num eventual atendimento ao usuário final (a chamada última milha).

As propostas de “mídia técnica” e regionalização das verbas publicitárias são destinadas a beneficiar os aliados e obter apoios para o governo?

Pelo contrário. O critério de “mídia técnica” equiparou os valores de verbas publicitárias repassadas aos índices de audiência e circulação dos veículos de comunicação. Os investimentos publicitários do governo, que antes beneficiavam de forma desproporcional os líderes de audiência ou determinadas mídias sem justificativa consistente, passou a obedecer a um critério técnico. Com as inovações trazidas pela mídia técnica, agora as verbas publicitárias – que na realidade representam a divulgação de informações de interesse público dos programas e atos de governo – atingem muito mais mídias e municípios. Para se ter uma ideia, em 2003, o governo federal anunciava em veículos sediados em 182 municípios, número que chegou a mais de dois mil em 2009. E o número de veículos que veicularam algum anúncio do governo federal saltou de 499 a 7.047 entre 2003 e 2009. A informação de interesse público chegou onde a população está. E sem favorecer a nenhum veículo.

O relacionamento dos governos Lula e Dilma com a imprensa criou risco para a liberdade de expressão?

Na realidade, as medidas adotadas pelo governo federal em relação à imprensa nas gestões dos presidentes Lula e Dilma foram no sentido contrário. Elas buscavam assegurar mais liberdade, participação social, diversidade e pluralidade de pontos de vista, etc. Por exemplo, o governo Dilma fez um crescente investimento em sua comunicação nas mídias digitais e redes sociais, buscando aumentar a transparência e a interatividade com a imprensa e o cidadão. Também nesse sentido, a TV NBR garantiu a todas as emissoras interessadas o acesso ao link do satélite e às imagens gratuitas de todos os atos da presidência da República e de diversos eventos ligados aos ministérios do governo federal. Os programas Café com a Presidenta e Bom dia, Ministro fortaleceram essa divulgação das informações do governo federal e essa proximidade com os veículos. E, para complementar esse quadro, a presidenta Dilma e os ministros ampliaram os canais de atendimento aos veículos regionais, nacionais e internacionais. Isso se deu por meio da constante realização de entrevistas coletivas – regionais, nacionais e internacionais –, de algumas exclusivas, bem como pela coluna semanal em que o presidente Lula e a presidenta Dilma respondiam diretamente a perguntas dos leitores das mídias regionais.